E.E.E.F. e M. ""ZILDA DA FROTA UCHÔA"": fevereiro 2011

1. INTRODUÇÃO

São inúmeras as possibilidades de utilização do Programa TV Escola e são, igualmente, diversificadas as possibilidades deste uso. A televisão e o vídeo podem se constituir em poderosos recursos didáticos para o processo ensino-aprendizagem, desde que integrados às práticas pedagógicas da escola, constituindo-se num elemento chave para uma nova forma de pensar e aprender, mais global e integrada.

Para tal, é necessário criar ambientes facilitadores que incluem uma postura da escola. Atitude e modo de atuar do professor e a adoção de uma metodologia de trabalho que permita a participação ativa do aluno no processo.

Neste mundo de comunicação globalizada, torna-se básico compreender que o papel da escola transforma-se, deixando ela de ser o centro das informações, passando a construir no espaço ideal, produção de conhecimento e cultura, com a mediação dos professores, num estímulo às ações de caráter socializado e cooperativo.

E para isto, estamos apresentando este manual ao professor da tele-sala, com algumas dicas e sugestões práticas para facilitar os trabalhos e mostrar a importância de se trabalhar com as novas tecnologias de maneira autônoma, criativa, pedagógica e crítica.

Este manual operacional, técnico e pedagógico contém:

1) Apresentação do Programa TV Escola;

2) Parceiros do Programa;

3) Atribuições do professor de tele-sala

4) Apresentação do Ensino Médio;

5) Utilização pedagógica do vídeo;

6) Materiais extras.

Esperamos estar contribuindo para o enriquecimento do seu trabalho.

2. PROGRAMA TV ESCOLA

O Programa TV Escola é uma das ações prioritárias da Secretaria de Educação a Distância/SEED/MEC, lançado experimentalmente no Piauí, em setembro de 1995. Foi ao ar para todo o país, em caráter definitivo, em 4 de março de 1996. seu principal objetivo é embasar, subsidiar as ações do professor e servir de fonte de capacitação e valorização de professore do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino.

A TV Escola atende, também, aos objetivos gerais de desenvolvimento da Educação Básica estabelecidos pelo Plano Decenal que determinou, dentre outros, assegurar “a todas as unidades de ensino, padrões básicos de provisão ambiente físico, de recursos e tecnologias instrucionais (...)” e enriquecer “o acervo de recursos e tecnologias de apoio à escola e aos professores e dirigentes”.

Os principais objetivos da TV Escola são o aperfeiçoamento e valorização dos professores da rede pública, o enriquecimento do processo ensino-aprendizagem e a melhoria da qualidade de ensino.

Assim, há inúmeras possibilidades de uso autônomo na TV Escola, a citar:

Desenvolvimento profissional de gestores e docentes;

Dinamização das atividades de sala de aula;

Preparação de atividades extra-classe, recuperação e aceleração de estudos;

Utilização de vídeos para trabalhos de avaliação do aluno e de grupos de alunos;

Revitalização da vieoteca;

Aproximação escola-comunidade, especialmente a partir da programação da Escola Aberta.

A criatividade e autonomia de cada escola encontrará outros usos importantes para a programação da TV Escola.

A evidente contribuição que a educação a distância pode prestar à consolidação de um ensino público de qualidade é que deu origem a TV Escola. O programa foi criado com o objetivo de ser mais uma estratégia para reduzir as taxas de repetência e evasão, motivar professores e alunos e incentivar atitudes autônomas que fossem a base para a aprendizagem e o desenvolvimento humano permanentes.

Através da TV Escola o Governo Estadual assegura o cumprimento de seu compromisso de valorização do professor, desenvolvendo atividades de formação em múltiplas linguagens, diversificando os espaços educacionais e ampliando os domínios do conhecimento. Assim, cumpre também a sua meta de elevar significativamente a qualidade e eqüidade da educação pública estadual.

3. Responsabilidade dos Parceiros na implantação do Programa

1. Ao Ministério da Educação, compete:

ü Apoiar técnica e financeiramente os estados (equipamentos, materiais, impressoras e aparelhos de DVD da Coordenação Estadual).

2. Ao Estado compete:

ü Promover a capacitação dos professores-multiplicadores e dar apoio operacional;

ü Fomentar nos municípios a organização de coordenação pedagógica para divulgação do programa e orientação dos professores.

3. Aos Municípios compete:

ü Divulgar o Programa e estimular comitês institucionais de apoio ao uso da tecnologia na Educação;

ü Negociar inclusão na linha de materiais didáticos e de recursos para aquisição de mídias e vídeos pedagógicos;

ü Intensificar programas de capacitação de professores;

ü Estimular estratégias para aproximação escola-comunidade.

4. Atribuições do professor da tele-sala:

Participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola e de todas as atividades previstas no calendário escolar;

Acompanhar e apoiar as atividades desenvolvidas com os professores e seus alunos na tele-sala, auxiliando com subsídios teóricos e práticos promovendo, em conjunto com os coordenadores pedagógicos, o intercâmbio entre professores de diferentes segmentos da escola, inter- escolares e entre equipes da Representações de Ensino – REN’s;

Zelar pela manutenção, conservação e limpeza dos equipamentos e materiais do uso da tele-sala, sensibilizando todos os usuários para este trabalho;

Organizar o espaço físico, no sentido de adequar as diferentes atividades a serem desenvolvidas;

Elaborar o horário de atendimento, conforme normas legais pertinentes, de acordo com o Projeto Político Pedagógico da Escola;

Divulgar o material e colocar as fitas e os DVDs gravados, de modo que o professor tenha acesso prático (prateleiras);

Catalogar as fitas e os DVDs gravados (área disciplinar, conteúdo e número);

Providenciar o caderno de protocolo (nome do professor, fita/DVD e conteúdo utilizado);

Gravar os programas: caso a escola não disponha de muitas fitas e ou DVDs, gravar o(s) conteúdo(s) solicitado(s) pelo (s) professor (es);

Assessorar, se preciso, o professor durante o manuseio da tecnologia pedagógica;

Acompanhar e avaliar o processo do uso pedagógico do vídeo em sala, incentivando sempre a criação de projetos;

Elaborar o Plano de Ação Anual e o Relatório das atividades desenvolvidas, encaminhando-os à direção da escola e à Coordenação da TV Escola Central/SEDUC;

Manter a sala de vídeo organizada e o bom funcionamento do Kit Tecnológico;

Promover, organizar, assessorar, participar, apoiar e divulgar eventos, congressos, cursos, amostras, feiras e outros na área das tecnologias incentivando a participação e integração dentre toda a equipe escolar;

Manter a sala de vídeo organizada para que alunos e professores, no desenvolvimento das ações, disponibilizem de vídeos com programação inerente à necessidade dos usuários;

Elaborar cronograma de atendimento aos professores e alunos nos ambientes das tecnologias da informação e comunicação.

IMPORTANTE

Na implantação do Programa é possível encontrar obstáculos que dificultem o desenvolvimento do programa, tais como:

ü Rejeição dos professores (medo de utilizar o equipamento, de ser substituído pela máquina);

ü Resistência dos professores com relação à capacitação a distância;

ü Jornada do professor que não contempla um período para atividades pedagógicas e capacitação em serviço;

ü Ausência de funcionário responsável pela gravação e organização do espaço físico.

5. O Ensino Médio no Programa TV Escola

Já é do conhecimento de todos os docentes que o novo Ensino Médio requer profundas mudanças na escola atual e a transformação que se impõe é, essencialmente, da própria concepção de educação, nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade, tendo como finalidade básica o pleno desenvolvimento do educando, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

E essa transformação, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, aponta para uma escola que privilegia a aprendizagem por competência, a interdisciplinaridade, a contextualização, a autonomia de pensamento e de ação e a diversidade como princípios fundamentais e inovadores da sua organização curricular.

Nesse contexto, recursos tecnológicos como a TV, o vídeo e, mais recentemente, o computador, que muitas escolas já dispõem, mas nem sempre são utilizados adequadamente, precisam ser explorados de forma crítica e criativa, contribuindo para o ato educacional mais próximo da realidade dos educandos, mais dinâmico, rico e contextualizado.

Como se sabe a televisão, atualmente, está presente na quase totalidade dos lares brasileiros e o vídeo também já se popularizou. Milhares de escolas públicas estão equipadas para recepção e gravação da programação da TV Escola e para apoiar a implantação da Reforma do Ensino Médio, novos programas já foram produzidos e veiculados pela TV Escola, tanto para a autoformação dos professores quanto para auxiliar o processo ensino-aprendizagem; outros tanto estão sendo produzidos e compete, agora, às escolas e aos professores a sua utilização.

Como diz a declaração da UNESCO, celebrada na Alemanha, em, 1982, relativa à educação sobre os meios de comunicação: “em lugar de condenar ou aprovar o indiscutível poder dos meios de comunicação é necessário aceitar como fato estabelecido seu considerável impacto e sua propagação através do mundo e reconhecer ao mesmo tempo que constituem um elemento importante da cultura no mundo contemporâneo”.

6. Educação para e com TV e Vídeo

UMA NECESSIDADE NA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO

A TV Escola é um recurso pedagógico para o aperfeiçoamento do professor e apoio ao processo de ensino-aprendizagem, está agora com uma programação dirigida ao público do Ensino Médio, além de se constituir em importante auxiliar na autoformação do professor pode ser uma ferramenta valiosa para o processo educativo.

Às segundas e terças são veiculados os vídeos do Programa Sala de Professores; às quartas-feiras são veiculados os vídeos do Programa Com Ciência; às quintas-feiras é a vez do Programa Fazendo Escola e, às sextas-feiras, tem o programa Acervo. Cada programa da série Sala de Professores se constitui de um documentário seguido de comentários de professores de diferentes formas de trabalhar o tema em sala de aula. São, assim, indicados alguns conceitos que podem ser trabalhados, bem como as competências a serem desenvolvidas e a interface com outras disciplinas. Por ultimo, são sugeridas atividades e outras leituras para aperfeiçoar seu trabalho. Todas estas sugestões são enviadas ao professor para subsidiar a sua ação pedagógica. O Com Ciência, mostra o papel que a escola deve exercer como ponte entre conhecimentos científicos acadêmicos e cotidianos. Apresenta vídeos com experiências e projetos realizados por professores e alunos em escola de Ensino Médio voltados em especial para as áreas de Química, Física e Biologia. O Fazendo Escola debate as reformas no Ensino Médio e destina-se à gestão escolar como um todo: diretores, professores de tele-sala, professores, supervisores, orientadores, alunos, pais e comunidade em geral. Os programas desta série trazem muitos subsídios para auxiliar o professor e todos os demais participantes da comunidade escolar e extra-escolar, para uma melhor compreensão acerca das Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio.

O Acervo é sempre um grande documentário, com cerca de 1(uma) hora de duração, antecedido de pequenos comentários de professores sobre o conteúdo. Os programas desta série também são acompanhados de material impresso, com sugestões de conceitos a serem explorados, competência a serem desenvolvidas, interface com outras disciplinas.

7. Trabalhando com Programas TV Escola

Vídeo e outras tecnologias não substituem o trabalho do professor, portanto, tenha em mente as finalidades do Ensino Médio, as competências a serem constituídas na sua área de atuação e, especialmente, o compromisso com o projeto pedagógico de sua escola.

E essa discussão pode enriquecer o trabalho da equipe de professores, especialmente se puderem discutir as sugestões dos colegas apresentados nos vídeos do programa Sala de Professores, sua prioridade em função do projeto e das condições da escola e, principalmente, se for possível pensar em outras possibilidades que permitam assegurar que os objetivos do Ensino Médio possam envolver tanto o desenvolvimento de conhecimentos práticos, como os mais abstratos e amplos, em todas as áreas.

É bom lembrar que as sugestões Por isso, a eventual dificuldade de realização de uma determinada sugestão pelas dificuldades do cotidiano escolar, não a desmerece enquanto proposta. Pelo contrário, desfia a que se busquem outras possibilidades e, principalmente, melhores condições para o trabalho junto aos alunos do Ensino Médio. Os documentários do programa Sala do Professores também podem ser utilizados no todo ou em parte com os alunos, tanto para motivar o grupo para um tema, ampliar e/ou aprofundar os conhecimentos ou, ainda, sistematizar alguns conhecimentos já trabalhados em sala de aula. A melhor forma de usá-lo depende de você, professor, e de cada grupo. Nessa decisão, considere o “poder didático” que a imagem pode oferecer.

Ao final de cada exibição, ou durante, se você optar pelas pausas, não esqueça de buscar relacionar com os alunos as situações apresentadas como a experiência do grupo, tanto no que se relaciona como no que difere, trazendo a discussão para o seu contexto, para o nosso tempo e espaço, para que ela ganhe corpo e significado.

em cada programa Sala de Professores não se constituem em receita a ser seguida necessariamente por todos. São idéias de quem faz, assim como você, o Ensino Médio. São, portanto, experiências de outros professores, cuja vivência na área pode servir de estímulo pra que você também possa pensar em outras possibilidades.

A série Acervo que traz grandes documentários sobre assuntos os mais variados possíveis pode ser utilizado para provocar o debate sobre algum tema, para indicar o estudo de alguns conceitos, para sistematizar um conteúdo estudado ou mesmo para desenvolver projetos interdisciplinares.

Este programa pode favorecer o desenvolvimento de um projeto interdisciplinar, um dos eixos da reforma do ensino médio, trabalhando conteúdos de História, Geografia, Matemática, Física, Química, Biologia e Filosofia, através dos seguintes temas: história dos descobrimentos, astronomia, cartografia, geometria, mecânica, anatomia, microbiologia, teoria do conhecimento e linguagens. É também, uma boa oportunidade de usar o vídeo para ajudar os alunos a entenderem melhor uma série de conceitos, teorias, e contextualizá-los, outro eixo da reforma do ensino médio.

O documentário pode ser começo, meio e fim de atividades que você esteja desenvolvendo ou venha a desenvolver, ampliados e aprofundados por algumas questões do tipo:

O inventor cientifico é um descobridor?

É alguém que vê pela primeira vez uma coisa que já existe?

Ou a descoberta é uma criação de algo que não existia?

O que é descobrir, o que é inventar?

O que é verdade científica?

Como atividade pode-se propor aos alunos uma análise de diversas formas de representação encontrada no conceito como fotos, infográficos e textos de jornais; texto de livros didáticos ou livros de ficção; guia das cidades e do país; programas de computadores; exames de laboratório; diagnósticos médicos e psicológicos, além de documentos como este. Divulgada e servir de subsídio a professores de outras escolas.

8. Utilizando o Vídeo em Sala de Aula – sugestões que você, professor de tele-sala, pode dar ao seu colega docente

Assistir ao programa pelo menos duas vezes antes de utilizá-lo. A primeira, para conhecê-lo e planejar seu uso. E depois, quantas vezes mais forem necessárias para anotar informações, escolher passagens que irá priorizar, observar detalhes, etc;

Planejar a utilização: faça uma lista dos conteúdos que quer abordar, com os objetivos que pretende alcançar. Procure sugestões nos cadernos e prepare, com antecedência, os materiais complementares (pauta de observação, roteiro de perguntar, etc.);

Deixar a fita ou DVD no ponto em que irá começar a exibição: assim você não perde tempo e seus alunos não se dispersam. Também é importante ter à mão as anotações dos momentos em que pretende parar ou avançar o vídeo;

Conversar com seus alunos: antes da exibição: explicando-lhes o propósito da atividade. Se a proposta e o objetivo forem claros, o envolvimento e o interesse serão muito maiores;

Usar e abusar dos recursos do vídeo: durante a exibição avance a fita e/ou DVD, congele a imagem, reveja proveitoso, sem pensar em usar o vídeo apenas como passatempo;

Se o vídeo for longo: não se preocupe em exibi-lo de uma vez. Apresente-o em “capítulos”, um pouco de cada dia, crie suspense, peça para os alunos tentarem antecipar o que irão ver, mantenha-os integrados e traga novas informações. E se você julgar que um trecho é de pouco interesse, não hesite em “pulá-lo”;

Procure desenvolver: em seus alunos postura crítica: converse a respeito do programa em si; quem o produziu, em que país, em que ano. Peça sua opiniões, pergunte a respeito dos defeitos e das qualidades que observaram. Mostre como todo o programa de vídeo tal como o de tevê sempre é feito sob um ponto de vista determinado. Procure fazer com que seus alunos desenvolvam a capacidade de compreender criticamente a pluralidade de opiniões.

9. A Transmissão do Programa TV Escola

A transmissão do canal da TV Escola é feita por meio de sinal de satélite para todo o país. A TVE-RIO, da Associação de Comunicação e Educação Roquete Pinto é quem emite o sinal para todo o país. Para que escolas de todo o território consigam sintonizar o canal da educação do MEC, é necessário possuir o kit tecnológico. Os programas da TV Escola são transmitidos diariamente em cinco faixas:

Educação Infantil (às 2ª feiras)

Ensino Fundamental ( segundas às sexta)